Inês Borges
1 min readDec 2, 2023

Hoje senti tua falta e quis correr pra ti como uma criança que corre atrás do acolhimento. Queria te contar sobre as coisas, sobre o que descobri, sobre o que não gostei de descobrir. O que você diria? Que percepção racional e bem fundada teria sobre isso? É engraçado pensar que durante muitos anos me mantive apática sobre as pessoas. Tinha um grupo seleto que mantinha por perto, e ninguém que estivesse fora daquele radar era verdadeiramente importante. Mas você chegou como um meteoro, algo que dividiu o tempo e espaço entre o antes e o depois. É isso que faz alguém ser significativo. A gente foi construindo uma relação aos trancos e barrancos e de repente você era você e ninguém mais poderia ser você. Engraçado. Durante muito tempo você foi inseguro quanto a isso, quanto a tua existencia na vida das pessoas, e agora eu sinto a tua falta como sinto falta da minha sertralina quando paro de tomar. Sei que não é a analogia mais saudável, e isso é porque essa saudade não é saudável também, eu sei.

Não tem o que dizer, não existem motivos pra mudar o que já está posto. Em dias normais eu me mantenho confiante, me mantenho satisfeita com a decisão que tomamos. Mas em dias como hoje, eu fico brava, queria que a nossa soma tivesse chegado em outro resultado, mas não é assim que a matemática funciona. Seguimos.

Inês Borges

jogando meu corpo no mundo enquanto escrevo sobre as cenas que aparecem na minha cabeça e existo nesse Brasil estranho